sexta-feira, 21 de maio de 2010

Inclusão Digital

Quando nos deparamos com a pergunta à respeito da inclusão digital parece ser algo não muito complexo, e não muito difícil de se alcançar em pleno século XXI. Porém quando se vai um pouco mais além, se vê que não é nada simples e tampouco fácil de atingir.

A princípio pensava-se que a dificuldade maior seria a aquisição do computador, pois poucas pessoas tinham acesso a eles. Eram caros e somente disponibilizados em ambiente de trabalho. Depois aos poucos foi ganhando espaço dentro dos lares, mas mesmo isso não tornou a tecnologia acessível.

É preciso que esteja ao alcance de todos. Para isso não basta que os preços estejam mais baixos, mas que o governo invista em acessibilidade, com qualidade, em máquinas e em sinais de internet, em instrumentalizar pessoas para que saibam como operar os computadores.

Mesmo com a política governamental proporcionando laboratórios de informática nas escolas públicas, a formação dos professores ainda é arcaica em relação aos processos tecnológicos. Falta a interação com o mundo virtual. Falta produzir documentos tecnológicos, incluir esse aluno e o fazer ser parte do processo, e não mero consumidor.
Entre 2000 e 2005 o número de brasileiros que acessavam a internet quase triplicou (5,8% em 2000 e 13,9% em 2005). Em 2009 a TELECO divulgou que 63 milhões de pessoas acessavam a internet no Brasil. O IBOPE aponta 66,7 milhões de pessoas acessando a internet, o que dá aproximadamente 21% da população de 10 anos ou mais.
O número em pessoas parece grande, mas a porcentagem ainda é muito pequena em relação à população total do país.

Dentro do sistema de ensino, no processo de aprendizagem o trabalho de inclusão vai desde dar condições para que os professores tenham total acesso ao conteúdo tecnológico, e o dominem completamente as ferramentas necessárias, até chegar a todos os alunos. Não somente para o aluno que possui um computador em casa, mas principalmente para aquele que depende do laboratório de informática da escola para o seu uso.

Depois de colocar ao alcance de todos os computadores, disponibilizar o acesso, instrumentalizar as pessoas para que saibam como utilizar os recursos, ainda falta essas pessoas saberem para que utilizassem tais recursos. Como modificariam suas vidas para melhor com o acesso à internet. O que fariam com isso. Como melhorar a vida, o trabalho, o lazer com tal conhecimento.

Com uma população que em muitas áreas carece até de saneamento básico, é difícil falar em inclusão digital. Primeiro deve-se pensar nas necessidades básicas, como alimentação, vestuário, saúde e educação, para depois chegar à inclusão tecnológica.

Uma parte da população já está excluída desde o nascimento. As pessoas com mais de 60 anos também fazem parte daqueles que provavelmente não conhecerão os recursos tecnológicos. Os analfabetos estão fadados a passar pela vida sem usufruir de qualquer privilégio referente à leitura, seja ela digital musical ou gramatical.
Com o tamanho do nosso país é complicado pensar em inclusão para todos. São muitas realidades diferentes. Desde o serão nordestino, os centros de cidades, os pampas. Tudo é muito diferente. Não dá para pensar em um só país. Somos muitos países dentre de um só.
Mesmo no círculo familiar, temos muitas pessoas que não conhecem e nem usufruem da internet, porém, temos também uma pessoa com aproximadamente 51 anos, dona de casa que nunca trabalhou fora, e quando o seu filho precisou ficar dois anos nos Estados Unidos, comprou um computador, instalou internet banda larga, contratou um professor e aprendeu no passo a passo a lidar com a internet. O professor ia na sua casa e a ensinou, desde ligar o computador, acessar a internet, etc. Depois de um certo tempo ela já estava acessando emails, tendo um Orkut e falando com webcam com seu filho.

Enfim, não basta só colocar à disposição da população. Deve-se ter um objetivo, um motivo para usar a internet. Desde lazer, estudo, até negócio.

Referências

BONILLA, Maria Helena Silveira. Inclusão digital nas escolas. Disponível em: . Acesso em: 17 maio 2010.

UFSCAR UAB. Inclusão digital. Disponível em: . Acesso em: 17 maio 2010

TELECO. Relatórios TELECO 2010. Disponível em: . Acesso em: 17 maio 2010.

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